
5 de setembro 2016 - foto: Iôca Miel
SISMAR denuncia e repudia ação violenta da PM e prisões arbitrárias de manifestantes “Fora Temer”
Somos contra qualquer tipo de vandalismo gratuito, mas apoiamos o movimento FORA TEMER, por eleições gerais já e nenhum direito a menos
Temos que reconhecer aqui que o SISMAR jamais teve qualquer tipo de problema com a PM em Araraquara ou em qualquer cidade na abrangência do SISMAR seja nas greves, passeatas, carreatas ou em outras manifestações. Pelo contrário, quando necessário tivemos apoio.
Porém, na tarde desse domingo, 4, pouco antes da manifestação que reuniu 100 mil na Av. Paulista, em São Paulo pedindo eleições gerais já e “fora Temer”, a Polícia Militar prendeu 26 pessoas (mais de dez menores) e os manteve incomunicáveis por pelo menos seis horas, sem acesso a advogados ou à família. Nenhum deles praticou qualquer ato lesivo a coisa ou pessoa, conforme admitiu o próprio delegado responsável pelas prisões. Mesmo assim, ficaram presos no Deic. Adultos e adolescentes deverão ser ouvidos no início da tarde. Os primeiros por um juiz de instrução, no Fórum criminal da Barra Funda. Os segundos, por um juiz de infância e adolescência. (https://www.facebook.com/jornalistaslivres/?fref=ts)
Depois do ato, que correu sem qualquer problema até o final, no Largo da Batata, distante aproximadamente 5 km da Av. Paulista, a Polícia Militar atacou com bombas e balas de borracha pessoas que estavam indo embora em direção ao metrô, simplesmente andando na rua e até dentro de estabelecimentos comerciais. Não há qualquer indício ou relato de que houve vandalismo anterior à ação da Polícia. (http://brasil.elpais.com/brasil/2016/09/05/politica/1473039670_195291.html?id_externo_rsoc=FB_BR_CM)
Um repórter da BBC Brasil, identificado como imprensa, foi chamado de lixo e tomou cacetadas de policiais da tropa de choque da PM simplesmente por estar em seu caminho. (http://www.bbc.com/portuguese/brasil-37273147?ocid=socialflow_facebook)
Diante disso e do silêncio da grande imprensa, somando o fato de que o grupo político que tomou o poder do País é formado principalmente por acusados e investigados por corrupção, trabalho escravo, grilagem de terras, violência contra a mulher e outros tantos crimes incluindo tráfico de 450 quilos de pasta base de cocaína (https://theintercept.com/2016/08/29/os-novos-donos-do-trono-no-reino-da-hipocrisia/), o SISMAR vem a público denunciar e repudiar:
1) prisões arbitrárias de ontem em SP,
2) comportamento ilegal de manter presos incomunicáveis,
3) ação violenta contra jornalistas (nos dias anteriores, outra repórter perdeu a visão atingida por bala de borracha da PM)
4) ação violenta contra população e manifestantes após fim do ato.
Como entidade representativa de extensa categoria de trabalhadores, os servidores públicos municipais de nove cidade da região de Araraquara, exigimos respeito ao direito de manifestação, de livre expressão do pensamento, de liberdade de imprensa. Exigimos respeito à democracia. Nós, trabalhadores do País, já somos explorados e empobrecidos demais, já somos privados de saúde, educação e transporte de qualidade, privados de qualidade de vida e muitas vezes de dignidade. Não vamos aceitar calados que nos tirem o direito de protestar e de comunicar. Queremos eleições gerais já e nenhum direito a menos.