
29 de janeiro de 2015
Mesmo com um caso novo por dia, faltam Agentes de Combate à Dengue em Araraquara
O ano nem bem começou e já caminhamos para a sexta epidemia de dengue desde 2008. Pelos dados do Serviço Especial de Saúde de Araraquara (Sesa), até o dia 27 de janeiro de 2015 foram confirmados 27 casos, um por dia. E não é por acaso. O quadro de Agentes de Combate a Endemias está defasado em 40% em relação ao que é recomendado pelo Ministério da Saúde.
Atualmente são 40 Agentes em Araraquara, porém apenas 16 estão em trabalho de bloqueio e casa a casa. Os outros ou fazem vistoria em pontos específicos, como ferro velho, empresas grandes e outros locais ou estão designados para palestras e outras atividades de educação. Na rua, entrando nas casas das pessoas para erradicar os criadouros do Aedes Aegypti, são apenas 16.
Depois que o contrato de terceirização de mão de obra do combate à dengue foi considerado irregular pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em abril do ano passado, a empresa contratada Gocil demitiu os 40 trabalhadores que estavam naquela função, restaram 40 concursados.
Em acordo firmado na Gerência Regional do Trabalho e Emprego (GRTE), a Prefeitura se comprometeu a contratar mais 35 Agentes por concurso público. O concurso foi realizado, entretanto, até hoje não chamaram um Agente sequer. Resultado: ano passado foram mais de 1300 casos. Foi a quinta epidemia desde 2008. Em abril de 2011, Araraquara registrou a primeira morte por dengue de sua história, marca que a gestão do coordenador das Vigilâncias em Saúde, Feiz Mattar, vai levar consigo.
A quantidade de Agentes necessários para se adequar ao número preconizado pelo Ministério da Saúde e pela Fundação Nacional da Saúde (Funasa), de 1 Agente de Combate a Endemias para cada 800 a 1000 imóveis, seria de 28 Agentes (no mínimo 68 agentes para os 68,3 mil imóveis identificados em Araraquara pelo IBGE).
Já seria dramático, mas pode piorar. Este mês foi confirmado em Motuca um caso de Chikungunya, doença mais violenta que a dengue e que é transmitida pelo mesmo mosquito Aedes Aegypti. Segundo informações da imprensa, a pessoa ficou vários dias com o sintoma sem procurar atendimento médico. Se ela foi picada pelo Aedes neste período, o mosquito pode transmitir a doença para outras pessoas e o problema deve se espalhar rapidamente, já que a transmissão se dá do mesmo modo que a dengue, sem controle há anos em Araraquara.