
30 de maio de 2019
Vitória estrondosa da greve dos servidores municipais de Boa Esperança do Sul
A mobilização consciente da categoria e a confiança no trabalho do SISMAR garantiram o primeiro reajuste salarial da categoria desde maio de 2015; clique aqui e veja álbum de fotos no facebook
Depois de 22 dias de estado de greve e de três dias de greve de alta intensidade, lutando por algum reajuste salarial digno, lutando também contra o medo, o preconceito, as perseguições, intrigas e mentiras, as servidoras e os servidores municipais de Boa Esperança do Sul puderam extravasar e comemoraram muito a conquista obtida em mesa de negociação na tarde desta terça-feira, 28:
- reajuste salarial de 5,5% parcelado em duas vezes, em lei, sem condicionantes: 2,5% em junho, para pagamento em julho e mais 3% em dezembro
- ABONO DOS DIAS PARADOS DOS GREVISTAS QUE ASSINARAM A LISTA DE PRESENÇA DURANTE A GREVE
- garantia de manutenção da insalubridade até que seja elaborado novo laudo por outro engenheiro habilitado
- início dos debates sobre o acordo coletivo de trabalho dos servidores, com primeira reunião marcada para dia 10 de junho, às 9 horas, com liberação do ponto para os servidores da comissão que acompanharão os trabalhos. Nesta reunião, serão debatidos os demais itens da pauta de reivindicações da data-base
Pode parecer pouco para alguém, mas o funcionalismo público municipal de Boa Esperança do Sul estava sem qualquer tipo de reajuste desde maio de 2015. Mais de 20% de seu salário já havia sido corroído pela inflação. Perderam um quinto do salário. Um quinto é um dedo dos dedos da sua mão. Não é pouco.
A felicidade estampada em cada rosto das servidoras e dos servidores de Boa Esperança do Sul ao fim desta greve não vai sair tão cedo da cabeça dos dirigentes do SISMAR que acompanharam a luta da categoria. Foi emocionante demais.
Fruto de muita luta
Mas nada caiu do céu. Se cada servidor de Boa Esperança do Sul vai ter aumento em 2019, todos devem isso à luta árdua da minoria que decidiu enfrentar as mentiras da Administração e fazer um movimento consciente, organizados e orientados pelo SISMAR.
Foram 5 assembleias em Boa Esperança, duas audiências na GRTE, uma audiência pública, 22 dias de estado de greve, 3 dias de greve, dezenas e dezenas de garrafas de café, duas propostas rejeitadas (a primeira com 0% de reajuste), acompanhamento profissional das finanças públicas e mais de três horas de negociação feroz sem interrupção para que o acordo final fosse firmado.
Confira detalhes de todo o processo da data-base 2019, com link para os documentos, desde a construção da pauta de reivindicações em www.sismar.org/mapa2019
Nem o SISMAR e nem os grevistas estavam ali por brincadeira. Todo o processo legal e burocrático foi respeitado, a praça ficou limpa no final de cada ato dos grevistas, não houve partidarismo, não houve "baderna". O que ocorreu em Boa Esperança foi a mais legítima forma de fazer a boa política, uma manifestação de trabalhadores organizados em movimento lutando por direitos.
E a vitória dos trabalhadores com organização, enfrentamento e greve ganha um significado muito maior no contexto político atual no qual o País está inserido.
Nós, trabalhadores, temos que garantir nossos direitos por nós mesmos. Não cai do céu.