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4 de dezembro de 2018

Previdência privada obrigatória: esse é o plano de Bolsonaro para 2019

O Chile aplicou esse modelo nos anos 1980 e o resultado é literalmente fatal; mais de 90% dos aposentados chilenos recebem, atualmente, menos de meio salário mínimo e quase mil cometeram suicídio entre 2010 e 2015.

 

A reforma da Previdência que está tramitando no Congresso Nacional desde o golpe de 2016 é péssima e desnecessária, já explicamos isso muitas vezes.

Porém, o que deveria assustar mesmo os trabalhadores brasileiros é o que está sendo prometido para 2019 pela equipe de transição do governo Bolsonaro (PSL): em resumo, previdência privada obrigatória. O trabalhador vai escolher, obrigatoriamente, em qual instituição bancária vai ter sua previdência, dando lucro para o banco, obviamente.

O Chile aplicou esse modelo nos anos 1980, durante a ditadura Pinochet, que hoje é copiado pela equipe do presidente eleito. Todos os trabalhadores chilenos são obrigados a depositar ao menos 10% do salário por no mínimo 20 anos para se aposentar. A idade mínima para mulheres é 60 e para homens, 65. Não há contribuições dos empregadores ou do Estado. O resultado é que o Chile tem o maior índice de suicídio do planeta entre idosos: entre 2010 e 2015, 936 adultos maiores de 70 anos tiraram sua própria vida no período, segundo estudos feitos pelo governo federal chileno). Mais de 90% dos aposentados chilenos recebem menos de meio salário mínimo.

Mas o nosso problema aqui no Brasil não é no futuro, é agora. Para poder criar esse novo modelo de previdência, precisa começar com algum dinheiro em caixa para poder pagar os primeiros benefícios. De onde vai sair essa grana? Do governo? Dos Impostos? Não. Será o seu FGTS. Isso mesmo. Seu FGTS vai compor sua conta de aposentadoria, tudo aplicado por um banco com lucros astronômicos.

E piora. Ao invés de aumentar o teto do INSS ao longo do tempo, querem reduzir. Pela proposta, o teto de aposentadoria do INSS, que atualmente é de R$ 5,6 mil e valeria para trabalhadores do setor público e privado, seria reduzido ao longo do tempo, até se aproximar ao que seria equivalente hoje a R$ 3,8 mil. O teto! Seria o máximo que o INSS pagaria daqui há sei lá quanto anos. Impossível de engolir. Seremos a resistência contra essa reforma previdenciária como ela está elaborada.

 

Com informações da BBC Brasil

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