
29 de novembro de 2018
Opinião: Estamos no mesmo barco e devemos resistir juntos contra retrocessos
Já não é mais especulação ou fala no calor do momento, nem bravata. Estão organizando o desmonte de toda a rede de proteção ao trabalhador brasileiro.
O anúncio, sem cerimônias, pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), do fim do Ministério do Trabalho como o conhecemos e a distribuição de suas atividades em outras Pastas foi um tapa na cara do trabalhador e da sociedade. Os servidores atendidos pelo SISMAR sabem da importância do Ministério do Trabalho na defesa dos interesses da categoria. São incontáveis audiências de mediação todos os meses, fiscalizações, autuações, fora os encaminhamentos feitos de lá para o Ministério Público do Trabalho. Muitos servidores da região conhecem o Gerente Regional do Trabalho pelo nome. Milton Bolini já deve ter perdido as contas de quantas audiências coletivas ou individuais mediou com o SISMAR. Bolsonaro disse que voltou atrás na decisão. Veremos.
Outra garantia do trabalhador que está seriamente ameaçada é a aposentadoria. Como previsto, os políticos em fim de mandato vão aproveitar esse período para aprovar o que eles chamam de “medidas impopulares”, mas que no português claro quer dizer “retirada de direitos”. E, pelo que tem sido anunciado pela equipe de transição do governo, mesmo se essa reforma da previdência destruidora for aprovada agora, Bolsonaro pretende piorar bem mais a situação quando assumir efetivamente o governo. A proposta é Previdência Privada Obrigatória e carteira de trabalho fora da CLT, com menos direitos.
Nas páginas centrais deste jornal, você encontra um panorama dos problemas que já estão preocupando os trabalhadores mesmo antes da posse do novo governo.
Soma-se a isso tudo o fato de que as instituições, definitivamente, não estão funcionando. Forças armadas, Polícia Federal, Ministério Público e Justiça estão fazendo política. Os partidos descolaram da realidade. Estamos por nós mesmos.
Nós quem? Nós, os servidores municipais e nossas famílias. Somos quem primeiro vai sofrer diretamente o impacto de tudo isso e não vai ser fraco. Precisamos estar atentos e fortes como diz a letra da música. E mais unidos do que nunca. É hora de esquecer desavenças particulares e cuidarmos uns dos outros, pois só temos a nós. E estamos todos no mesmo barco, com todas as diferenças, crenças, cores, saberes. Somente unidos podemos nos proteger.
O SISMAR será a resistência. E o SISMAR é todos os Servidores Municipais de Araraquara e Região.