
12 de julho de 2017
Edinho golpista, traiu os servidores
Prometer recuperar perdas salariais e reajustar salário com índice menor que a metade da inflação aplicado quatro meses depois da data base é golpe no funcionalismo; Prefeito sequer recebeu o Sindicato e os servidores para negociar
Contrariando todo e qualquer princípio não só do seu partido “dos Trabalhadores”, bem como de qualquer ponto de vista da política de esquerda do mundo, o prefeito de Araraquara, Edinho Silva, não cumpriu suas promessas de campanha e reduziu o poder de compra do salário dos servidores municipais.
Antes das eleições, o prefeito dizia que iria recuperar as perdas salariais dos servidores, depois de eleito com muitos votos da categoria ele reajusta os salários abaixo da inflação. Isso não é golpe nos trabalhadores?
A data-base do funcionalismo é maio, mês utilizado para os cálculos dos índices de inflação a serem aplicados nos salários para manter o poder de compra nos níveis anteriores. A inflação entre maio de 2016 e abril de 2017 foi de 4,08%. A proposta rejeitada pela categoria em assembleia, mas aprovada pelos vereadores na Câmara Municipal nesta terça-feira, determina reajuste de 2,08% somente a partir de setembro e mais 2% a partir de janeiro do ano que vem.
Ou seja, para que os servidores possam comprar em 2017 o mesmo que compravam em 2016, o salário teria que ser reajustado em 4,08% em maio. Se passar de maio, tem mais um mês de inflação corroendo o poder de compra de cada real que o servidor recebe. Até setembro, data do primeiro reajuste de 2,08%, já se foram cinco meses de inflação. Até janeiro, data do segundo reajuste, de 2%, serão nove meses de inflação ignorados pelo governo do PT em Araraquara.
Pode parecer um pouco complicado, mas, em resumo, os servidores municipais estão perdendo salário. Perdendo a inflação total entre maio e setembro de 2017 e parte da inflação de outubro de 2017 a janeiro de 2018.
Ainda há uma reunião marcada entre o Sindicato, a comissão de servidores e o prefeito. Será a primeira do ano. Durante todo o processo de negociação salarial, que durou de fevereiro até ontem, Edinho não se dignou a falar pessoalmente com o SISMAR e com os servidores em nenhuma das dezenas de reuniões e audiências. Vamos ver qual será a explicação dele, pois a justificativa de que a Prefeitura não tem dinheiro para corrigir no mínimo a inflação não convence ninguém e já foi desmentida pelos estudos da Unesp em parceria com o SISMAR.
Lembrando que o PT, no plano nacional, diz que defende os trabalhadores contra a retirada de direitos. Por que não dar o exemplo em casa?