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26 de maio de 2017

Servidores municipais de Araraquara rejeitam proposta e preparam manifestações

Categoria está revoltada com nomeações, gastos excessivos e com as desculpas esfarrapadas do governo para não dar aumento

 

Com a perspectiva de ficar sem aumento real pelos próximos 20 anos (como manda a nova legislação que limita os gastos dos governos), os servidores municipais de Araraquara rejeitaram a proposta de reajuste salarial feita pela Prefeitura, que impunha mais perdas e jogava parte do aumento para o ano que vem. A decisão foi unânime, em assembleia na noite de ontem, 25, no Clube Estrela.

Hoje, 26, a Prefeitura foi comunicada da decisão da categoria e as negociações devem ser retomadas.

Os servidores prometem uma manifestação barulhenta na próxima terça-feira, dia 30, a partir das 17 horas, na Câmara Municipal. O objetivo é chamar a atenção da população e dos vereadores para a situação lamentável que o funcionalismo municipal vive hoje em Araraquara.

Enquanto os servidores amargam salários menores do que R$ 1 mil, condições de trabalho precárias e assédio moral de chefes incompetentes, a Prefeitura nomeia dezenas de servidores para cargos de confiança, gasta um absurdo de dinheiro com aluguel de carro (sim, o contrato foi renovado pelo governo Edinho, pagando os mesmos quase R$ 7 mil por mês), paga mais de R$ 40 mil para hospedar equipe de juniores do Palmeiras (e ainda lava as roupas deles), e renova contratos suspeitos que sugam dinheiro público. Pelo jeito, só tem dinheiro para todo o resto, menos para os servidores.

Ao mesmo tempo, sobe a conta de água, aumenta o IPTU, e cresce a arrecadação (fonte: Curso de Adm. Pública da Unesp).

A pergunta que não quer calar: o que leva um governo do Partido dos Trabalhadores a agir assim, justamente com os trabalhadores que estão mais próximos, que são os servidores municipais?

Boa parte da categoria votou no projeto de Edinho Silva (PT) acreditando nas suas promessas de campanha. “É preciso ter um plano muito sério de recuperação das perdas salariais dos servidores municipais”, dizia ele antes das eleições. “Se o IPTU subir, a Estefânia mostrou que tem aqui no orçamento uma previsão de reajuste de 5%”, afirmou Donizete Simioni em audiência Pública no ano passado sobre o orçamento para 2017.

Mas parece que, depois de eleito, Edinho virou as costas para os servidores. Manteve a política de nomeações e cargos para favorecer grupos ou quem participou da campanha, não rompeu contratos caríssimos do governo anterior e está priorizando o pagamento de empresas e empresários ao invés de priorizar o pagamento do trabalhador da Prefeitura.

Pagar os salários é obrigação, não pode ser considerado um milagre, como o governo do PT tem tentado fazer parecer. “Vejam bem, tivemos que fazer isso e aquilo para poder pagar os salários”, dizem. Ora, tente não pagar, para ver o que acontece.

O servidor cansou de ser deixado de lado governo após governo. O PCCV abriu as portas para toda essa farra que se faz de nomeações, prejudicando quem efetivamente trabalha e melhorando a vida dos puxa-sacos de plantão.

Não. O servidor não vai aceitar mais nada calado. O momento histórico do País exige que as contas públicas sejam, mais do que nunca, respeitadas e os cortes têm que ser na carne. Não dá para pagar contratos abusivos e deixar o trabalhador na mão. Não dá para pagar o dobro do que um servidor recebe por 8 horas diárias de trabalho, para um nomeado da Jari (Junta Administrativa de Recursos de Infração) fazer quatro reuniões por mês. Não dá para manter um carro alugado para o Prefeito pelo preço da compra de um novo.

Servidores e servidoras de Araraquara. Se você está insatisfeito, venha para a manifestação do dia 30, a partir das 17h, na Câmara Municipal.

Nosso aumento será do tamanho da nossa vontade.

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