
12 de maio de 2017
Prefeitura de Araraquara deve, finalmente, apresentar proposta de reajuste para servidores
Nova reunião entre sindicato, comissão de servidores e membros do governo ficou marcada para a próxima quinta-feira
Depois de quase três meses, finalmente parece que a Prefeitura de Araraquara fará uma proposta com algum reajuste salarial para os servidores municipais e a apresentará na próxima quinta-feira, dia 18. O compromisso de apresentar um índice de reajuste foi firmado em reunião realizada na tarde de ontem entre o SISMAR - Sindicato dos Servidores Municipais de Araraquara e Região, a comissão de servidores eleita em assembleia e representantes do governo Edinho Silva.
O SISMAR já deixou claro para a Administração que os servidores não aceitarão ficar sem reajuste salarial esse ano. Nos últimos 16 anos, o poder de compra do salário do servidor de Araraquara caiu quase pela metade, somando 35% de perdas nos oito anos do governo Edinho e mais 10% nos oito anos do Barbieri.
Na reunião de ontem, representantes da Prefeitura mostraram receitas, despesas e dívidas e tentaram convencer os demais que não há dinheiro suficiente para conceder aumento para os servidores. Do outro lado, Nayla Perez, estagiária de Administração Pública da Unesp que analisa as finanças de Araraquara em parceria com o SISMAR, explicou que o aumento das receitas da Prefeitura em 2017 permite, sim, que seja destinado recurso para o reajuste dos salários sem comprometimento do limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Segundo os estudos usados como base para a interpretação de Nayla, realizados pelo também estagiário Cléder Santa-Fé, de maneira geral, as receitas cresceram 7,8% em relação ao mesmo período do ano passado.
O Sindicato também pressionou o governo a tomar medidas práticas e urgentes para receber os mais de R$ 250 milhões que estão em dívida ativa. Ou seja, dinheiro que empresas e pessoas devem para a Prefeitura e não pagam. Nos últimos dois anos, foram recuperados menos de 5% desse valor (cerca de R$ 9 milhões).
Para Marcos Zambone, presidente do SISMAR, conceder ou não aumento nos salários dos servidores é uma questão de prioridade do governo. “Tem onde economizar e de onde tirar dinheiro. O Sindicato vai ajudar a mostrar isso pro governo. Dessa vez, o servidor vai ter que ser prioridade. Não vamos aceitar nada diferente disso”, afirma. “Água subiu, IPTU subiu, energia, aluguel, mercado, está tudo mais caro. O servidor não consegue mais dar conta das suas despesas. Isso não pode continuar acontecendo”, completa.
Outra reunião entre governo e sindicato está marcada para o dia 18, quando deverá ser apresentada a proposta com algum reajuste para os servidores. Também nessa próxima reunião, o governo deverá mostrar a relação dos cargos comissionados atuais e os gastos do governo com eles.
A assembleia geral dos servidores de Araraquara está marcada para o dia 25, quando a categoria vai votar se aceita ou rejeita o reajuste eventualmente proposto.