
20 de fevereiro de 2017
Formação e capacitação do servidor municipal têm que ser valorizadas
Diplomas, títulos de mestre e doutor e até mesmo certificados de cursos específicos deveriam incrementar a carreira de toda a categoria, sob pena de as Prefeituras perderem bons trabalhadores para a iniciativa privada.
Está na pauta de reivindicações da data-base 2017 dos servidores municipais de Araraquara a instituição da promoção por títulos para toda a categoria. Atualmente, apenas o magistério reconhece títulos acadêmicos para fins de melhorias na carreira no serviço público.
A intenção do pedido aprovado em assembleia geral é estimular e valorizar o crescimento e desenvolvimento acadêmico e profissional entre os servidores municipais de todas as áreas da Administração.
Muitos servidores já fazem seus cursos de graduação ou pós, boa parte na mesma área de atuação em que trabalham no serviço público, mas não têm seus esforços e estudos reconhecidos pela Prefeitura. Um exemplo é o da assistente social, Cléo Pereira, dirigente do SISMAR. Ela concluiu seu mestrado na Unesp em janeiro, mas nada mudará na sua vida funcional, nenhum aumento, nenhum reconhecimento, nenhum registro.
Sem valorização e com formação melhor, muitos servidores que poderiam devolver para a sociedade o que aprenderam em sua formação acadêmica acabam deixando o serviço público em busca de melhores oportunidades na iniciativa privada.
A promoção por títulos, incrementando o salário do servidor que busca níveis de graduação acadêmica, poderia evitar a fuga de profissionais formados e especializados, garantindo a permanência deles no serviço público.
Outra ação que depende apenas de vontade política do governo e que poderia trazer melhorias sensíveis a todo o serviço municipal é facilitar o cumprimento de estágios de servidores estudantes dentro do serviço público. Sem essa permissão, muitos servidores acabam se afastando com atestados, cumprindo estágio na iniciativa privada e largando o serviço público depois.
Valorizar o servidor municipal é a maneira mais rápida e eficiente de um governo melhorar o serviço público sem grandes impactos financeiros.
O SISMAR espera que a Administração seja sensível às pautas dos servidores e que as negociações da data-base 2017 sejam justas e levem em conta não só a situação delicada das contas da Prefeitura, mas também e principalmente os prejuízos que a categoria amargou nos últimos anos, como o congelamento do tíquete e os reajustes abaixo da inflação.
Quem faz o serviço público são os servidores. Impor sacrifícios à categoria tem impacto direto no resultado do seu trabalho. Por outro lado, trabalhador respeitado e valorizado produz mais e melhor, adoece menos e atende melhor a população.