
20 de janeiro de 2017
Sem acordo: ‘seis horas diárias só com relógio ponto’, diz prefeito de Boa Esperança
Com promessa de instalar o controle de horário em 45 dias, categoria aceita esperar, mas fará protestos contra aumento da jornada
Em reunião com mais de 3 horas de duração com dirigentes do SISMAR, o prefeito de Boa Esperança do Sul, Fábio Luis de Souza (PMDB), e o advogado Marcelo Lapena, insistiram em suspender a jornada reduzida conquistada pelos servidores municipais na greve do ano passado.
Os dirigentes do Sindicato usaram todo tipo de argumentação, mas nada mudou a opinião do prefeito. De acordo com ele, a Prefeitura de Boa Esperança do Sul vive um desarranjo administrativo e “a situação precisa ser colocada em ordem para só depois discutirmos a possibilidade de redução de jornada setorialmente”.
Ainda de acordo com o prefeito, assim que a Prefeitura adquirir os relógios de ponto biométricos e com câmera, a redução de jornada será debatida novamente. A compra pode levar até 45 dias.
Com a decisão, além de ficarem com seus vencimentos defasados, os servidores perderam o pouco que conseguiram depois de dias de greve e muita manifestação pelo município.
Em assembleia na tarde desta quinta-feira, 19, os servidores decidiram o seguinte:
01) A categoria aguardará o prazo pedido pelo prefeito para a aquisição dos relógios de ponto até o dia 05 de março de 2017;
02) Ocorrerá manifestação dos servidores no primeiro dia de Sessão da Câmara Municipal (06/02) às 19h. Nesta data a categoria deliberará por mais atos de protesto contra o aumento da jornada que vem sendo imposto pelo prefeito;
03) Está mantido o pedido de mediação junto à Gerência Regional do Trabalho e Emprego de Araraquara;
04) O Sindicato fará vistorias em todos os postos de trabalho, equipamentos e veículos da Prefeitura para elaborar um relatório detalhado sobre as condições de trabalho de cada setor, bem como em relação à disponibilidade de EPIs e materiais diversos;
05) Parte das demandas mais urgentes como: falta de EPIs importantes, trabalho sem pagamento de horas-extras, condições precárias de veículos e edificações, entre outros, serão encaminhados ao MPT para apuração e possível abertura de inquérito.
O SISMAR lamenta que o atual governo de BES tenha dado início desta forma à sua Administração e espera que a categoria seja de fato respeitada. “Ainda acreditamos no bom senso do prefeito e esperamos que tudo que foi acordado em reunião seja colocado em prática. Porém, ressaltamos que exigiremos das autoridades competentes as condutas necessárias para garantirmos a segurança e a valorização dos servidores no município, coisa que vem se deteriorando há vários governos”, conclui Marcelo Roldan, dirigente do SISMAR.