
15 de agosto de 2016
Coren desrespeita SISMAR e enfermagem amarga jornada maior em novas escalas
Assumidamente em campanha política, representante do Coren enganou servidores que se diziam mais espertos e com aval e apoio deles prejudicou toda a categoria; proposta do SISMAR era melhor e mais abrangente
O desconhecimento da realidade araraquarense e a ânsia política de representantes do Conselho Regional de Enfermagem (Coren) acabaram prejudicando toda a enfermagem em vez de ajudá-la. O Coren apresentou e viu aprovada na Câmara Municipal uma proposta de 30 horas de trabalho semanal para a enfermagem no serviço público municipal.
O problema (e o Coren havia sido comunicado sobre isso pelo SISMAR) é que a proposta acabou aumentando a carga horária e mudando a organização do trabalho de parte da enfermagem que cumpria 10 plantões de 12 horas por mês, todos à noite. Com a nova legislação, proposta pelo Coren, serão dois plantões de 12 horas (noturnos) e um de seis horas (matutino ou vespertino) por semana. Essa mudança prejudica os servidores que tem outro emprego, pois inclui um período de trabalho durante o dia, o que pode impedir a entrada no outro serviço por conflito de horários. Além disso, em média, serão de oito a dez horas a mais de trabalho por mês, quase um plantão a mais, já que todos os meses têm alguns dias a mais do que quatro semanas.
O lado bom disso, é que essa jornada de 30 horas semanais agora é regulamentada por lei e a jornada de 10 plantões de 12 não era.
Porém, havia uma proposta do SISMAR, elaborada por mais de um ano junto com a categoria em assembleias e reuniões, também para regulamentar a jornada da saúde, mas de forma mais abrangente, inteiramente flexível e mantendo a possibilidade de 10 plantões de 12 horas para quem tivesse interesse, sem qualquer hipótese de perdas salariais. Entretanto, alguns servidores que, se consideram mais espertos do que os outros, decidiram boicotar a proposta do SISMAR – que havia sido aprovada em plebiscito pela maioria dos servidores diretamente interessados - e apoiar a ideia do Coren, mesmo sabendo que o representante desse conselho está abertamente fazendo campanha antecipadíssima para sua futura candidatura a deputado.
O SISMAR sempre espera que o patrão use todas as artimanhas em benefício próprio e para passar por cima dos trabalhadores e prejudicá-los. Mas, é extremamente frustrante e entristecedor quando essa postura vem de uma entidade que deveria preservar esses trabalhadores e quando essa atitude é apoiada com todas as forças por parte dos próprios trabalhadores, parte que, ainda por cima, quer comandar o Sindicato.
A postura desses servidores, além de se configurar afronta ao Estatuto do Sindicato (usurpação do papel da entidade sindical – prática proibida aos associados), serviu para entregar de bandeja os servidores das UPA’s e do SAMU para o Secretário, que desde sua chegada à como Coordenador da Saúde, sonhava em ampliar o número de plantões mensais nas unidades de Urgência e Emergência.
O resultado é que os servidores dessas unidades foram prejudicados com jornada maior e escala problemática, tal como alertado pelos dirigentes e pelo Advogado do SISMAR, ao longo das discussões e votação da proposta do sindicato.
E agora? Para quem recorrer? Seria bacana falar com os responsáveis, se é que assim podem ser chamados.