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14 de junho de 2016

Uma semana de greve em Motuca e o prefeito ainda se nega a dialogar com os servidores

A proposta dos vereadores será avaliada pelo departamento jurídico, segundo informações apuradas pelo SISMAR

 

O movimento de greve dos servidores municipais de Motuca é um dos mais fortes, organizados e consistentes já liderados pelo SISMAR – Sindicato dos Servidores Municipais de Araraquara e Região. Após uma semana de greve com mais de metade da categoria parada e com a única creche pública da cidade fechada, os servidores tem o respaldo da população, do Poder Legislativo e do Ministério do Trabalho. Aproximadamente 600 moradores assinaram documento em apoio ao movimento, oito dos nove vereadores reconheceram a legitimidade da greve, os órgãos de fiscalização (GRTE) perceberam a vontade da categoria de negociar e mesmo assim o prefeito Celso Teixeira (PMDB) insiste em não dialogar com os servidores.

Como não há conversa, a opção que resta à categoria e ao Sindicato é manter a greve até que o prefeito seja convencido de que a saída é o acordo. Isso pode ocorrer na audiência que está marcada para esta quarta-feira no Ministério Público do Trabalho (MPT). Deixar de comparecer na audiência de amanhã pode ser interpretado como descaso com a coisa pública.

O MPT já é a terceira instância à qual os servidores de Motuca estão recorrendo na tentativa de firmar um acordo para pôr fim à greve. A primeira é a via direta com o prefeito, mas ele se negou a receber a comissão de servidores junto com o SISMAR. A segunda é a Gerência Regional do Trabalho e Emprego (GRTE), onde ele compareceu em uma audiência, fez proposta e, na segunda reunião retirou a proposta e nem sequer apareceu, mandou justificativa assinada por advogados negado todos os pedidos dos servidores.

Os servidores de Motuca não querem luxo, sua pauta de reivindicações não é abusiva. Pelo contrário, o que eles pedem é o mínimo, menos da metade da inflação que já corroeu seus salários baixos nos últimos 12 meses, R$ 50 de aumento no vale-alimentação (R$ 50! Vejam vocês. O que se compra com R$ 50 para uma família no mercado hoje em dia?) e, na impossibilidade de a Prefeitura recompor perdas salariais acumuladas nos últimos governos ou conceder aumento real para recompor o poder de compra dos salários, que sejam implantadas as seis licenças abonadas por ano, como forma de promover sutil melhora na qualidade de vida dos servidores.

Informações dão conta de que o departamento jurídico da Prefeitura está analisando a proposta feita pelos vereadores em carta aberta ontem, de conceder o reajuste pedido pela categoria parcelado em duas vezes no decorrer de 2016 e o aumento de R$ 50 no vale-alimentação de uma vez só.

Caso a Prefeitura se sensibilize e apresente uma proposta com base na indicação da Câmara, o SISMAR submeterá à aprovação da assembleia geral dos servidores. Nenhum acordo é fechado diretamente entre Sindicato e Prefeitura, quem decide os rumos da greve, se aceita ou não qualquer proposta é a categoria em assembleia.

Amanhã, quarta-feira, a greve completa uma semana, com assembleia marcada para as 8h em frente à Prefeitura. Se o prefeito quiser acabar com a greve, basta fazer uma proposta digna para os trabalhadores.

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