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18 de maio 2015

Servidores derrubam porta do plenário para poder assistir sessão da Câmara que debateria seus salários

Vice-presidente do SISMAR exige diálogo e negociação da data-base; reivindicações do funcionalismo foram protocoladas em março e não houve uma resposta sequer em dois meses

 

Não deu certo a estratégia da Prefeitura de Araraquara e da presidência da Câmara Municipal para impedir que os servidores entrassem no plenário durante a sessão ordinária de ontem, 19, que discutiria o reajuste anual em seus salários. Lotaram o plenário com comissionados, que foram orientados por seus chefes a chegarem cedo à sessão para tomar todos os lugares, e negaram que os servidores pudessem entrar, mas os trabalhadores revoltados puseram a porta abaixo e ocuparam seu espaço.

O presidente Elias Chediek (PMDB) foi alertado pelos vereadores que poderia haver violência caso a porta não fosse aberta. “Que o senhor assuma a responsabilidade por qualquer problema que eventualmente ocorra aqui hoje”, clamou Gabriela Palombo (PT). “Eles não vão se comportar aqui dentro. A responsabilidade é minha. Não vão entrar”, respondeu Chediek. Minutos depois a porta estava no chão e os servidores dentro do plenário.

Eles estavam lá para se manifestar contra a proposta de reajuste de apenas 4% para o funcionalismo, enviada à Câmara pela Prefeitura sem negociação com os servidores e com o Sindicato da categoria, o SISMAR. Além disso, na sessão, o secretário da Fazenda, Roberto Pereira e o Vice-presidente do SISMAR Marcos Zambone, ocuparam a Tribuna Popular para falar sobre o reajuste anual dos servidores.

Acuado e vencido pela força dos trabalhadores unidos, Chediek se viu obrigado a respeitá-los e prosseguiu com a sessão, no plenário sem porta.

Zambone passou um recado claro: “Queremos negociar.” E explicou aos vereadores que, em dois meses, não houve nem uma rodada de negociação. As reivindicações foram protocoladas em março, e a proposta da Administração só chegou ao sindicato nesta semana, após o projeto já ter sido enviado para votação na Câmara.

Chororô de secretário não convence servidores e nem vereadores

Roberto Pereira foi cumprir uma missão ingrata, tentar convencer os servidores e vereadores de que o aumento do funcionalismo deve ser pequeno para ajudar o governo a sanar suas contas que estão no vermelho. A desculpa é a mesma de sempre: a crisee a redução de repasses do Governo Federal.

Mas as justificativas não convenceram nem os servidores nem os vereadores, que sabem do verdadeiro motivo da crise na cidade, má gestão e desperdício de dinheiro. Durante a sessão, surgiram várias propostas de como a Prefeitura poderia economizar dinheiro suficiente para conceder um aumento justo para os funcionários, aqueles que efetivamente tocam a Administração. O vereador Rodrigo Buchehinha (SDD), fez um desafio aos seus colegas que se dizem da base do prefeito: “Abram mão dos cargos comissionados que vocês têm no governo, para cortar gastos. Fiquem como nós, que não temos cargos indicados e estamos aqui trabalhando”, cutucou o vereador que hoje é considerado como independente. João Farias (PRB) também foi na mesma linha: “Sugiro que os partidos coloquem seus cargos à disposição”, disparou.

Situação e oposição chegaram a um acordo, pelo menos, não colocar o projeto em votação antes da assembleia de hoje dos servidores. “Não temos pressa nenhuma em aprovar esse projeto, desde que esperem as negociações terminarem e que paguem o retroativo desde maio, como manda a lei”, explicou Zambone.

O SISMAR espera que os vereadores tenham consciência e esperem todo o processo de negociação terminar antes de aprovar qualquer reajuste proposto pela prefeitura.

A assembleia dos servidores é hoje, às 18h, atrás do Gigantão. 

 

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