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6 de maio 2015

Sobrecarga de trabalho coloca crianças e funcionários em risco

Situação no CER do Jardim Alto de Pinheiros é alarmante; outras unidades também convivem com o problema

 

A mesma falta de planejamento que levou a Prefeitura a dívidas quase impagáveis está colocando em risco a saúde dos agentes educacionais e dos bebês e crianças dos CERs. A reposição de funcionários quando há algum afastamento mais prolongado não é eficiente e o resultado é a sobrecarga de trabalho pelo número elevado de bebês e crianças sob os cuidados de cada agente educacional e o risco de acidentes aumenta.

 

No CER Padre Mário Cavaretti Filho, no Jardim Altos de Pinheiros, cada agente chega a ficar com oito bebês sob sua supervisão e a previsão é que entrem mais cinco ainda no primeiro semestre para serem divididos entre as únicas duas agentes em atividade naquela unidade. A determinação das diretrizes nacionais da Educação é de, no máximo, cinco bebês por agente educacional. Outras duas agentes trabalhavam naquele CER, mas uma delas pediu demissão e a outra está de licença, no oitavo mês de gestação.

 

A situação é a mesma ou até mais grave em outras unidades. O SISMAR recomenda que os agentes educacionais comuniquem qualquer superlotação à direção do CER por escrito em duas vias (uma fica com o servidor, com a data do protocolo e nome de quem recebeu) e, em caso de não haver providência imediata, avisem o Sindicato.

 

A comunicação formal por escrito é necessária para evitar problemas futuros, como o caso de uma agente educacional que ficou afastada por seis meses respondendo um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) porque uma criança mordeu a outra. O resultado foi uma advertência, que ainda pode ser revertida. O acidente ocorreu numa situação de superlotação que poderia ter sido evitada pela Prefeitura, mas, ao invés de resolver o problema colocando mais agentes na unidade, a solução encontrada foi a oposta: afastar a agente e outros dois servidores por seis meses, desfalcando ainda mais o atendimento aos bebês.

 

Além disso, a Prefeitura ainda promove a perseguição aos servidores que lutam por seus direitos. Logo após a saída do SISMAR do CER do Jardim Altos de Pinheiros, representantes da Secretaria da Educação foram até a unidade pressionar as agentes que conversaram com o Sindicato. O SISMAR esclarece que não precisa de autorização para entrar nas unidades onde há servidores municipais nas sete cidades em que atua e pode fotografar e registrar em vídeo as condições de trabalho dos funcionários. Quem responde pela eventual divulgação indevida de qualquer imagem é quem a publicar. Não é com pressão, portanto, que os dirigentes do SISMAR serão coagidos a não filmar e fotografar tudo. E os servidores públicos, mais do que ninguém, têm a obrigação de denunciar problemas trabalhistas vivenciados.

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