
27 de abril 2015
Aulas na EMEF Ruth Cardoso podem voltar na quarta-feira
Servidores reúnem-se nesta terça para votar a proposta da Prefeitura
Diante da mobilização e adesão à greve de praticamente 100% dos servidores da EMEF Ruth Cardoso, no Jardim Maria Luiza, a Prefeitura fez uma nova proposta com relação à segurança na unidade, que será votada em assembleia amanhã, às 7h na escola.
O atual secretário de Segurança Pública, Orlando Mengati Filho, esteve na EMEF junto com a secretária de Educação, Arary Ferreira, na tarde desta segunda-feira, 27, e se comprometeu, por escrito, a manter um posto fixo da Guarda Municipal naquela escola das 6h30 às 18h, até que seja contratado um segurança fixo para a unidade.
Caso os servidores aceitem totalmente a proposta nesta terça, as aulas devem voltar ao normal na quarta-feira.
A reivindicação dos servidores é a contratação de segurança armada na EMEF 24 horas por dia. Uma servidora foi ameaçada de morte pelo irmão de um aluno que invadiu a escola armado no começo deste mês. Além disso, a escola vem sendo depredada, carros de funcionários são riscados (já foram sete no total) e o clima é de total vulnerabilidade.
No dia 10 de abril, foi realizada uma audiência na Gerência Regional do Trabalho e Emprego (GRTE) a pedido do SISMAR e dos servidores. A representante da Prefeitura que compareceu, Valéria Longobardo, gerente da Educação Municipal, consultou o secretário de Segurança Pública e a secretária de Educação e se comprometeu, em nome da Prefeitura, que a contratação emergencial do segurança fixo para a EMEF Ruth Cardoso seria feita até o dia 17, o que não ocorreu. Clique e confira a ata original.
Hoje, 27, Mengati e Arary confirmaram que a licitação nem foi aberta ainda.
Tragédia anunciada
De algum tempo para cá, as Escolas Municipais deixaram de ter câmeras de monitoramento e vigilância. Sim, havia câmeras, mas foram retiradas por falta de dinheiro. Também havia vigilantes armados, mas foram embora por falta de dinheiro.
Nas EMEFs, havia oficinas, treino de basquete, a escola podia ser usada nos finais de semana por pais e alunos para práticas esportivas e convivência. “Tudo isso acabou”, conta com tristeza Maria Luiza, moradora e líder comunitária do bairro que, curiosamente, tem seu nome.
Até os Guardas Civis Municipais, chamados para fazer a segurança, relatam a precariedade das viaturas, das condições gerais de trabalho. Segundo eles, há viaturas sem extintor, sem quebra sol, com problemas na partida, emendas provisórias com arames podem ser encontradas também. “Só duas estão em perfeitas condições”, desabafa um GCM que prefere não se identificar por motivos óbvios.
O crescimento da violência não só na EMEF Ruth Cardoso, mas na maioria das escolas da periferia, caminha de braços dados com os cortes drásticos promovidos por essa Administração, corroendo os investimentos na educação, na estrutura das escolas. Com a crise financeira (que já assola Araraquara muito antes da crise nacional e da queda dos repasses federais), a Prefeitura vem há anos reduzindo o dinheiro aplicado nas EMEFs.
O resultado dessa política de corte de gastos pode ser conferido nas páginas policiais.