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23 de abril 2015

Servidores da EMEF Ruth Cardoso entram em greve por tempo indeterminado

Escola não abrirá a partir desta sexta, até que seja contratado um segurança fixo para o local

 

Os servidores da EMEF Ruth Cardoso, no Jardim Maria Luiza, decidiram entrar em greve como forma de protesto contra a falta de segurança na unidade. A Prefeitura havia se comprometido, em audiência na Gerência Regional do Trabalho e Emprego (GRTE), a contratar um segurança fixo para o local até o dia 17, porém hoje é dia 23 e ainda não há vigilância ali.

Pelo descumprimento do acordo e em defesa da segurança de todos, servidores, alunos e pais, os funcionários da unidade não receberão os alunos a partir desta sexta-feira e até que os seguranças necessários estejam trabalhando, conforme o acordo firmado na GRTE. Servidores e dirigentes do SISMAR estarão em frente à EMEF antes das 7 horas para orientar os pais e esclarecer os motivos da paralisação. “A Prefeitura está dificultando a solução do caso. Estão tentando amenizar e empurrando o problema com a barriga. A greve está sendo o último artifício dos servidores para que a segurança naquela unidade seja uma prioridade”, explica Agnaldo Andrade, professor e dirigente do SISMAR.

E os motivos para tanta preocupação não são poucos. No começo de abril, um homem entrou armado na escola e ameaçou de morte uma agente educacional e a diretora da unidade. Ele foi preso e depois de três dias liberado. Outras pessoas da família dele já haviam feito ameaças verbais às funcionárias. Poucos dias depois, um adolescente foi detido com uma arma falsa em frente à mesma escola.

Em outras unidades localizadas na periferia o problema da violência também é constante. Depredação da escola, vandalismo no carro dos servidores, ameaças e xingamentos são uma infeliz constante no dia-a-dia dos trabalhadores e também dos moradores.

Justamente a periferia, a população que mais necessita dos serviços públicos e a que mais está sofrendo as consequências da crise financeira que este governo local se enfiou. Todos os recentes cortes de serviços (até vale-transporte de projetos sociais e merenda) e aumentos da conta de água impactaram diretamente a vida na periferia. Quando o povo (o povo mesmo, não a elite) fica sem serviço público, se revolta contra o governo, age com violência. É assim também nas UPAs, onde os servidores são ameaçados pela população revoltada com a falta de médicos.

A tragédia era anunciada. E a Prefeitura, o governo local, se omitiu, pior, foi protagonista, foi Robin Hood às avessas, tirou dos mais pobres para dar aos ricos. Economizou no social e gastou com nomeações, carros, aluguéis. Manteve seu Cruze enquanto servidores tem que levar papel higiênico de casa para o trabalho. Um dia a casa cai.

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